Documentário: Dos Irmãos Lumiere a Eduardo Coutinho

Programa de Eduardo Ramos para Multicultura

É possível retratar o real? Essa questão sempre esteve presente no cinema documentário e é tema de longos debates entre realizadores. Neste vídeo, o cineasta Eduardo Ramos apresenta os grandes clássicos do documentário e todas as mudanças pelas quais o gênero já passou. O vídeo é parte do projeto “O Cinema vai à Escola”, do Programa Cultura é Currículo.

Documentário é uma produção artística, via de regra um filme, não-ficcional, que se caracteriza principalmente pelo compromisso da exploração da realidade. Isto não significa que represente a realidade «tal como ela é»: o documentário, assim como o cinema de ficção, é uma representação parcial e subjetiva da realidade. Veja mais referências aqui.

ASSISTA ao documentário “SANTO FORTE” de Eduardo Coutinho

Audio sincronizado do video de @Educação Espírita: “Documentário – Eduardo Coutinho – Santo Forte – Aspectos da cultura popular religiosa brasileira”. Distribuido com o proposito unicamente educacional.

A produção maior do documentarista Eduardo Coutinho traz ao público um documentário sobre a religiosidade de moradores simples de uma favela situada na zona sul do Rio de Janeiro. A ideia de Santo Forte surgiu de uma pesquisa para uma série de televisão sobre identidades brasileiras que acabou não sendo produzida.

O projeto teve início em 5 de Outubro de 1.997, quando a equipe de cinema entrou na favela Vila Parque da Cidade, situada na Gávea, para filmar os moradores assistindo à missa celebrada pelo Papa no Aterro do Flamengo. Mais tarde, a equipe voltou para descobrir como os moradores viviam e como era a diversidade religiosa local, verdadeira miscelânea de fé e crenças.

Segundo o diretor, as entrevistas captadas na fase de pesquisa do tema, em diversos estados brasileiros, ajudaram a intuir que, independentemente das diferenças regionais, as classes populares possuíam alguns padrões de comportamento religioso semelhante. A partir daí, Eduardo Coutinho resolveu documentar uma única localidade, fazendo um levantamento da cultura local. Uma das preocupações de Santo Forte foi a de abordar pontos comuns entre os personagens, embora o filme retrate católicos, umbandistas, evangélicos, entre outros.

É a partir do depoimento dos moradores de Vila Parque que Eduardo documenta os diversos costumes e crenças. Além dos personagens reais que falam sobre experiências e vivências, o filme utiliza imagens atuais e de arquivo que, segundo o diretor, servem como alívio visual, provando a veracidade do que foi dito. Santo Forte ilustra a religiosidade apenas por depoimentos. Não há registro de rituais, cultos e outros eventos. Cabe ao público buscar no imaginário todas estas representações, apresentadas e difundidas apenas pela crença dos próprios moradores.

SIGA para a próxima seção >> Documentário ou Fake News? Com Joel Zito Araújo e Fernão Ramos

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